03.05 - Jo 10,11-18 - Quem é o verdadeiro pastor?

04-05-2009 10:44

Jesus nos responde “Eu sou o Bom Pastor”. Entendamos na palavra, “Bom”, o sentido de modelo. E então teremos a resposta certa. Jesus é o modelo de pastor, o pastor ideal.

O verdadeiro pastor é aquele que presta o seu serviço por amor e não por dinheiro. Ele não está apenas interessado em cumprir o contrato, mas em fazer com que as ovelhas tenham vida e se sintam felizes. A sua prioridade é o bem das ovelhas que lhe foram confiadas. Por isso, ele arrisca tudo em benefício do rebanho e está, até, disposto a dar a própria vida pelas ovelhas porque as ama. Nele as ovelhas podem confiar, pois sabem que ele não defende interesses pessoais, mas os interesses do seu rebanho. Você que é presidente, governador, perfeito, político, bispo, sacerdote, diácono, consagrado, consagrada, catequista, casado, casada, pai, mãe, jovem, adolescente e criança em idade escolar como tem sido bom pastor para as ovelhas que lhe foram confiados por Deus?

O bom pastor dá a sua vida. Ouvimos bem claro hoje, Jesus dizendo isso para nós. Isso requer de nós estarmos conscientes da nossa tarefa, do nosso dever. Lembro-lhe que ao dar a sua vida, Jesus está consciente de que não perde nada. Quem gasta a vida ao serviço do projeto de Deus, não perde a vida, mas está a construir para si e para o mundo a vida eterna e verdadeira. O seu dom não termina em fracasso, mas em glorificação. Para quem ama, não há morte, pois o amor gera vida verdadeira e definitiva.

O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. Jesus se apresenta como o BOM PASTOR, modelo de pastor ideal em polêmica com os sumos sacerdotes e mestres da lei, denunciando o modo como o povo era tratado por seus líderes. Diferentemente do mercenário, como bem nos escreve João, que não se importa com as ovelhas, Jesus é aquele que vive para os seus. Ele, o Homem da substituição solidária, conhece e dá vida para que tantos tenham vida. Por isso, o Pai lhe ama e lhe concede o poder de tirá-la e recebê-la. “Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi do meu Pai”. (Jo 10,18). Esta missão é marcada por uma relação pessoal e íntima com as ovelhas, conhece a cada uma, fruto de amor-doação. Mas, ao mesmo tempo, não se limita às fronteiras de Israel: “tenho também outras ovelhas…”, seus cuidados de pastor destinam-se a levar vida a todos os povos da terra..

Em Jesus realiza-se a ação do Pai, Nele e por Ele a salvação chega ao universo, como Lucas reconhece nos Atos dos Apóstolos: “Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos”.

Em Jesus recebemos o grande presente do Pai, somos todos/as considerados filhos e filhas de Deus. Desta consciência deve nascer toda a nossa alegria e esperança. Se o mundo em que vivemos nos revela que perdeu seu sentido de ser, entregues a violência, a corrupção exagerada e ao consumismo desaforado, nós, você e eu, temos o grande compromisso de revelá-los mediante as atitudes de Jesus que nos empenham na luta por ver triunfar neste mundo amor.

A entrega de Jesus não é um acidente ou uma inevitável fatalidade, mas um gesto livre de alguém que ama o Pai e ama os homens e escolhe o amor até às últimas consequências. O dom de Jesus é um dom livre, gratuito e generoso. Sua decisão em oferecer livremente a vida por amor, manifesta-se o seu amor pelo Pai e pelos homens. Jesus é porta que introduz o ser humano na vida de Deus. Entrando por Jesus-porta, as ovelhas se encontram com o Pai e seu projeto de salvar todos inclusive você meu irmão, minha irmã.

A salvação está entrando em sua casa pela parábola do Bom Pastor. Jesus anuncia que céu é uma festa permanente, onde não há distinção mesquinha do mundo moderno, de dinheiro, de poder, de prazer. No céu, há a edificação de uma comunidade de fiéis que partilham tudo em comum, um se preocupando com o outro, como o Pastor se preocupa com as suas ovelhas.

Louve e agradeça a Deus, porque ele é bom, pois em Jesus, o bom pastor manifesta a ternura do PAI que quer nos conduzir. É verdade que nem sempre será compreendido. Mas louve e agradeça a Deus. Isso exige de você um constante fazer o bem que requer conversão e compromisso. Veja que Pedro, cheio do Espírito Santo: “é pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré – aquele que vós crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos -, que este homem está curado diante de vós”, ou seja, que nossas ações possam revelar o Cristo. Somente por Ele é que seja feita as nossas atuações pastorais e sociais. Pedro nesta passagem nos inspira a sermos reveladores do Bom Pastor. Portanto, Alegremo-nos no Senhor fazendo o bem, mesmo quando encontramos oposição. Isso enriquece a nossa vida, porque o amor de Jesus é Salvação, é Páscoa, é Ressurreição.

Que neste domingo, Dia Mundial de Oração pelas Vocações, eu e você busque ser sinal do Bom pastor que “doou a vida por suas ovelhas” e fez-se pão partilhado. Que cada batizado e batizada se sinta chamado e comprometido com sua causa. Que sua ação seja a nossa ação mediante a participação cada domingo no memorial eucarístico e concretizado na perfeita busca pela justiça e paz. Que possamos verdadeiramente pastores e revelar o Reino de Deus nas nossas manifestações de carinho e atenção mútua e, em especial, pelos pobres e sofredores, figura predileta da ternura e do cuidado do Bom Pastor.

Fonte: site Canção Nova

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O Bom Pastor conhece suas ovelhas

Jesus já se autoproclamara a porta do redil das ovelhas, pela qual entra o pastor. Agora se declara como o bom pastor. É ele quem conduz para a vida plena. A imagem do pastor e das ovelhas é comum nos textos dos profetas no Primeiro Testamento, sendo o povo de Israel as ovelhas de Javé. O mercenário, alusão aos fariseus e chefes religiosos de Jerusalém que rejeitaram Jesus (cf. primeira leitura), não se importa com as ovelhas. O que lhe importa é o dinheiro que o beneficia em S. Filipe e S. Tiago, Apóstolos sua função de pastor. Jesus é o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas. Toda sua vida foi dom e comunicação do amor que vivifica. Neste dom não há temor nem fuga diante da morte. Em Jesus habita o Pai, e o amor que o une ao Pai é uma fonte de vida que transborda para todos, homens e mulheres que vivem no mundo. Como bom pastor, ele conhece suas ovelhas e elas o conhecem.
O conhecimento é fruto do convívio e do diálogo, e gera o amor. Para Jesus não existe massa humana amorfa. Ele mantém uma relação pessoal e amorosa com cada um. Chama cada um pelo nome e para cada um fala ao coração. A relação de conhecimento e amor entre Jesus e suas ovelhas é da mesma natureza que a relação entre Jesus e o Pai. Pelo conhecimento e pelo amor a Jesus nos inserimos na vida divina trinitária com o dinamismo da união entre o Pai e o Filho, no Amor. As relações de conhecimento e amor de Jesus não se restringem a um único rebanho, a um único grupo de eleitos. O dom da vida de Jesus tem um alcance universal. João, já no prólogo de seu Evangelho, caracteriza a dimensão universal deste dom: Jesus é a luz verdadeira que ilumina todo ser humano, e a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus (Jo 1,9.12). O vínculo de unidade em torno de Jesus é amor que liberta, promove a justiça e gera a vida, e não é restrito a nenhuma profissão de fé particular. Deus é a plenitude do amor e da vida. A vida de Jesus está, por sua natureza divina, toda perdida e reencontrada nesta plenitude. Presente entre nós, ele quer que sejamos mergulhados em sua vida divina. Entregando nossa vida a Jesus, em comunhão de conhecimento e amor, fazendo a vontade do Pai, nos tornamos filhos de Deus (segunda leitura) e participamos da vida eterna.

Fonte: Paulinas online

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